Em um excelente artigo publicado recentemente, o antropólogo
Eduardo Brondízio discute a invisibilidade das cidades amazônicas em meio às
discussões sobre meio ambiente na região. Para o professor da Universidade de
Indiana (EUA), as cidades deveriam ocupar papel central nestes debates, tendo
em vista os preocupantes índices de saneamento em capitais como Belém e Macapá
e a poluição de igarapés e rios urbanos.
Em uma das passagens mais interessantes do artigo, o autor aponta que
práticas destrutivas do meio ambiente urbano se baseiam na ilusão de que as
águas amazônicas podem absorver e diluir toda sorte de esgotamento, o que
oferece ao poder público a desculpa perfeita para não lidar com o problema do
esgoto sanitário em cidades como Belém.
O artigo conta com dados construídos pela pesquisadora
Andressa Vianna Mansur orientanda do Professor Eduardo Brondízio e estudante de
doutorado na Universidade de Indiana. Andressa passou uma temporada em Belém
observando efeitos de mudanças climáticas e as condições de vida de habitantes
da Bacia do Una e outras localidades. Durante este período, Andressa e a Frente
dos Moradores da Bacia do Una trocaram experiências e se ajudaram mutuamente, o
que resultou em uma relação de parceria e amizade que ainda perdura.
Mapa do saneamento em Belém: esgotamento sanitário (2000-2010).
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O artigo do Professor Eduardo Brondízio é o primeiro produto
dessa parceria. Nele há registros fotográficos produzidos por membros da FMPBU
e referência expressa à Frente dos Moradores Prejudicados da Bacia do Una como
um dos únicos movimentos sociais que lutam pelo saneamento básico e pelo bem-estar
ambiental no mundo urbano amazônico.
O link para o artigo
encontra-se logo abaixo:
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A FMPBU agradece aos amigos Andressa e Raúl e ao Professor Eduardo Brondízio.
Oi amigos,
ResponderExcluirMuito obrigada pelos agradecimentos, fico feliz em poder ajudar e divulgar o movimento social FMPBU por melhorias no saneamento urbano para Belém. Continuo trabalhando no doutorado estudando essa problemática da vulnerabilidade da região devido a falta de saneamento e riscos de enchentes, particularmente em Belém. Espero que num futuro próximo, minha pesquisa possa ajudar outros pesquisadores, movimentos sociais, gestores ambientais e principalmente políticos a reconhecerem os problemas urbanos da região para uma gestão mais competente e digna para os moradores, visando na melhoria da qualidade de vida e no desenvolvimento sustentável da região.
Queria aproveitar para agradecer o carinho e atenção de todos moradores na nossa curta temporada em Belém. Agradeço também ao Alexandre pela disposição, sempre pronto para ajudar, até mesmo a 5943 km de distância.
Obrigada Pedro por esse post, como sempre muito bem escrito.
Eu e o Raul sentimos saudades e esperamos reve-los em breve!
Um abraço e bom carnaval por ai!
Andressa